tag:blogger.com,1999:blog-50676217100651728682024-02-18T23:30:57.004-03:00cacoraçãopoesia maravilhosa e extraordináriapithttp://www.blogger.com/profile/03810168280798171633noreply@blogger.comBlogger213125tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-47037597834606004682011-05-21T03:46:00.003-03:002012-07-09T17:23:44.630-03:00Recuerdos de un ateo (vol. 3)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh46YlOWQ_Q9z3DjSVFFzLploo0rgskhEEQJavgLZVwC3lMnRWrCIMMvTeU6qxMV-m9dmD1PkUx1YFgtjY-sh_Qx-ecnhnh5aHmCyCUsIx0hO2Ua9rqD1i9b9pPRN_MMF3ALr3C8KxYFwWS/s400/Judy-Collins.gif"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 253px; height: 219px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh46YlOWQ_Q9z3DjSVFFzLploo0rgskhEEQJavgLZVwC3lMnRWrCIMMvTeU6qxMV-m9dmD1PkUx1YFgtjY-sh_Qx-ecnhnh5aHmCyCUsIx0hO2Ua9rqD1i9b9pPRN_MMF3ALr3C8KxYFwWS/s400/Judy-Collins.gif" alt="" border="0" /></a><br />minha geração teve:<br /><br />controle demais ( )<br />doutores demais ( )<br />cantores demais ( x)<br /><br /><br />Vol 1: <a href="http://cacoracao.blogspot.com/2009/08/recuerdos-de-un-ateo-vol-1.html">AQUI</a><br />Vol 2: <a href="http://cacoracao.blogspot.com/2009/08/recuerdos-de-un-ateo-vol-2.html">AQUI</a>yurihttp://www.blogger.com/profile/16243187007990252624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-49381683561364989032011-04-21T19:05:00.003-03:002011-04-21T19:44:56.376-03:00Ab surdodeixar de lado o peso do contido<br />e, afinal, solto, se eu sou reclusão<br />eu passo bem com você;<br />temo pouco a solidão<br /><br />mas final de semana<br />posso ser<br />posso ser<br />e também ficar na cama<br />pode ser<br />pode ser<br />se a gente bem entender<br /><br />e seu eu disser que não<br />você disser que sim<br />somos então parte do mundo<br />de quem reparte com tranquilidde<br />e não vê no lado esquerdo da vida<br />um canto tão absurdoyurihttp://www.blogger.com/profile/16243187007990252624noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-35067293438712492142010-04-19T12:12:00.001-03:002010-04-19T12:18:17.423-03:00Não entendoEu digo uma coisa e faço outra<br />Penso uma coisa e sinto outra<br />Até meus sonhos me traem<br />Neles, a gente se abraça<br />E fica tudo bemL. L.http://www.blogger.com/profile/13367760062033955553noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-74421842038978954932009-09-27T22:08:00.002-03:002009-09-27T22:13:23.168-03:00Coração é para sair do peito 2Enxergava nas pedrinhas das calçadas<br />os seios doces da amada<br />Sobre o cascalho, não titubeava<br />Abria os braços<br />e voava rasteiro<br />ouvindo o alvoroço da moçaana ritahttp://www.blogger.com/profile/00751976416647006735noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-66458656820050844052009-09-07T15:43:00.003-03:002012-07-09T17:21:46.349-03:00Pecado de atéiaAstácia é de uma família igual a sua, com as mesmas manias de domingo e aquele cafezinho depois do almoço. Mas, Astácia, ela não é igual a você. Ela não senta na ponta da mesa para contar potoca e asneira. Astácia, na mais da verdade, gosta mesmo é de café frio.<br /><br />Para com essa besteira, onde já se viu, café frio... Aí ela foi se encolhendo, deixando a fumaça do bule lhe perpassar os botões da blusa.<br /><br />Só que Astácia de tanto suar a espinha um dia estalou e sentou na ponta da mesa. A visita na sala e ela folheando a gaveta de panos de prato. Você viu, a alface tá um absurdo na feira...<br /><br />Astácia adorava as rendinhas com patinhos desenhados, a cerquinha, um lago de linha azul desfiada, um mundo que não era o dela e que nem era.<br /><br />Aí a visita saía, ela pegava a xícara e no canto da despensa, onde a vassora pendia atrás da porta, Astácia extraí as últimas gotas do café mais frio. A felicidade caí fresquinha da porcelana.<br /><br />Astácia amava, mas só quando a visita não demorava de café secar na xícara.ana ritahttp://www.blogger.com/profile/00751976416647006735noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-28182331431346309822009-09-04T20:35:00.003-03:002009-09-04T20:45:47.314-03:00eu estive aqui<div align="justify"><span style="font-family:courier new;">aos quarenta ela ainda pegava o trem, sobretudo quando se sentia sozinha. era mais confortável a solitude na multidão, passando pelos túneis e ouvindo a voz plástica ditar as paradas. nos táxis a solidão era desoladora porque a segunda pessoa sempre achava dever quebrar o silêncio, falar do banal, ligar o som ou sei lá o que. era também por isso que aos quarenta ainda pegava o trem, além das razões ambientais e financeiras.<br />aos quarenta ela preferia os trens aos ônibus, porque evitavam o tráfico e não eram tão óbvios. na cidade dela, tinha que caminhar mais para entrar e depois para saltar dos vagões. é incrível como a gente pensa melhor enquanto caminha. ela não tinha medo da caminhada nem da solidão, propriamente.<br />acontece que aos quarenta ela ainda tinha um medo incontrolável e tinha aquela aflição e a vontade de se isolar.ela ainda tinha as mesmas lágrimas de vinte anos antes escondidas atrás dos olhos. talvez por isso sempre tentasse fugir pelos mesmos trilho, ainda que soubesse no que aquilo tudo ia dar.<br />mas eis que aos quarenta se sentia mais preparada do que nunca para saltar.<br />durante quarenta anos a existência dela dela tinha causado constrangimento e pesar nos outros e ainda hoje ela se sentia alvo da piedade alheia.<br />hoje, aos quarenta, entre a estação central e a galeria ela tomou a decisão, sem medo nem saudosismo.sem nada demais nem de menos.<br />aquele seria o último vagão a ouvir seus pensamentos contraditórios. sacou da bolsa o batom carmim, e antes de descer na 106 sul, escreveu no vidro: 'eu estive aqui'.<br />assim mesmo, sem identidade como qualquer um que se senta em um vagão do metrô saindo da central para a periferia, </span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;">'eu estive aqui'.</span></div>pithttp://www.blogger.com/profile/03810168280798171633noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-33474967137969941072009-08-24T00:13:00.003-03:002012-07-09T17:23:44.631-03:00Recuerdos de un ateo (vol. 2)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTALcGE1dV4kDaNATSCd8PXVBf9ZaKsPGPznaX3RBZvGCxsQbKStbGpB8GS9flheh-DKxpYShLht3PHGi-A62ULJWdYyfu3OdphxylrBkwu-g4qJJlEzP553Vyyc0lmSQfwkIRffH3Eu8/s1600-h/2649438542_058ef868d2.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 298px; height: 263px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTALcGE1dV4kDaNATSCd8PXVBf9ZaKsPGPznaX3RBZvGCxsQbKStbGpB8GS9flheh-DKxpYShLht3PHGi-A62ULJWdYyfu3OdphxylrBkwu-g4qJJlEzP553Vyyc0lmSQfwkIRffH3Eu8/s400/2649438542_058ef868d2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5373369645498344338" /></a><br />Eu ponho o meu cachecol<br />não me importo com a lenha que queima<br />pro que eu faço eu sou um farol:<br />o sozinho que me acalenta.yurihttp://www.blogger.com/profile/16243187007990252624noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-50683623657590410822009-08-16T00:50:00.006-03:002012-07-09T17:23:44.631-03:00Recuerdos de un ateo (vol. 1)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGTE4QKpAwSvfTlk2_9TW8ywH0a1zDrOwyzX7lil_vRj2GiIqG3x1UsZ-EbFrWPC-o8cfKxuwkixHKz9sgq4QNml3iWx3338B8Ykyk4tq57j6HNmAAD8sufzNPLEw18wuBEffpgeo3aVE/s1600-h/Sem+T%C3%ADtulo-1.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 237px; height: 293px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGTE4QKpAwSvfTlk2_9TW8ywH0a1zDrOwyzX7lil_vRj2GiIqG3x1UsZ-EbFrWPC-o8cfKxuwkixHKz9sgq4QNml3iWx3338B8Ykyk4tq57j6HNmAAD8sufzNPLEw18wuBEffpgeo3aVE/s400/Sem+T%C3%ADtulo-1.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5370412337166043554" /></a><br /><br /><br />Não vá dizer que eu balancei - quando te vi.<br />Pois agora sou só eu e essas horas que você me deu.<br />Não vá dizer que eu balancei - quando te vi.yurihttp://www.blogger.com/profile/16243187007990252624noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-2842873378912247622009-08-03T01:07:00.004-03:002009-08-03T01:11:51.905-03:00desmemóriasAstácia anotou no papel:<br /><br />o pecado foi confiar no verso branco<br />o segredo foi omitido das frases e<br />o soluço foi o último suspiro de vidaana ritahttp://www.blogger.com/profile/00751976416647006735noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-77274279989911540462009-08-01T12:01:00.008-03:002012-07-09T17:25:42.121-03:00Cuspindo na Guerra de Classes-Senta!<br />A voz era do homem com um taco de beisebol. O casal que estava à frente dele obedeceu, mesmo tendo sido o rapaz de blusa sem estampa e barba por fazer que tenha mencionado levantar. O homem que estava em pé se escorava no taco de forma inocente, juvenil. No entanto, olhava para os dois da mesma forma que somos invadidos pelas câmeras de segurança de um prédio e que filmam preto e branco e que não se mexem e que, ainda sim, estão nos vendo. E isso gelou por quase inteiro o resto de interior da garota.<br /><br />Ela não estava indecente. Se eu estivesse de bom-humor diria até que ela olharia para mim negando o sexo anal e oferecendo outras nuvens com aquele sorriso que nós só encontramos nelas. E nela principalmente. Àquela altura, eu já estava contaminado pelo homem que numa tacada de azar poderia, por causa do primeiro impacto, não ter força suficiente para continuar com a segunda cabeça/corpo. E eu pensava nisso. E hesitava. Estranhamente, não queria que alguma coisa de grave acontecesse na frente dela. Algo como um instinto de preservação matrimonial e social me encurralava a pensar alternativas que não fosse o destroçamento de cerebelos com a ponta do pé após o arremessamento de indies na parede.<br />Ela berrou bem alto, com aquele tom de voz que só é possível quando lágrimas estão envoltas à boca e - aberta - faz com que os pingos fiquem no lábio superior como gelo naquelas reportagens em cavernas do Globo Repórter.<br />- O que você quer? O que você quer?<br />Eu admitia que ela falasse. Admitiria até mesmo que ela admitisse alguma coisa e eu não faria eventualmente nada.<br />- Olha, cara, a gente não fe<br />Foi uma paulada seca. Ele voltou à cama em que estava sentado - e sentado. Sentado porque não podia mais deitar. A paulada não causou um estrago sonoro. No peito se mata muitas coisas porque ali é ponto surdo. Ele balbuciou respirar mas parecia que o subconsciente dele pedia clemência para que aquele torpedo fosse fatal e não houvesse chance de mais um. Ela não parou de falar. E isso eu admirava.<br /><br />Veja bem: antes do taco, das pauladas e do sexo anal, eu não aceitaria ter me visto em uma bola de cristal como sendo esta a minha figura no futuro. Um tanto paternal, é verdade, mas com um taco de beisebol na mão. Não aceitaria porque, vejam vocês, eu era do tipo de homem que aceitaria ser traído numa boa. Eu apenas diria um tchau e evitaria qualquer contato futuro como um esbarrão na rua. O grande mérito nesse tipo de pensamento é que você passa a evitar muitos constrangimentos. Daqueles em que se você tem algum tipo de orgulho, não te permitem acreditar em voltar e dizer Sim, gente, meus perdões. Estava de cabeça quente, não é mesmo, mas vamos que vamos e toquem o barco e outros desses chavões que nós dizemos com o braço estendido e a mão em forma de folha ao vento. Mas, desculpe o tom professoral, algumas coisas acabam com todo aquele Marx, com Freud, com Nietzsche e até mesmo com Schopenhauer. Eu estava numa fase em que já considerava o sexo anal algum antinatural. Até mesmo algo violento.<br />Algo em que as mulheres submissas somente é que tinham permissão para tal, pra sofrerem mesmo, pois as submissas que se fodessem e eu falava isso com a boca cheia na universidade, o que de certa forma angariava os sorrisos dos meus colegas<br />e um dia, fatalmente, o dela. E, tava na cara, ela queria sexo anal. E se oferecia com propriedade, daquelas que cospem mesmo no pau antes de estocarem no cu e antes de fingirem estar sentando devagar, simular o início de porra alguma que vai ser devagar. Mas já diz o ditado, que só há em minha cabeça, depois do sexo anal não vem bonança ou mesmo a boceta. O sexo anal é o fim. É o fim do retrato de Marx no seu marcador de livro. É o fim de você começar a falar de Freud no meio da reunião de família. Você deixa de ser ateu. Você passa a ter medo de diabo e nem quer mais carnaval. A cada dia que se passa você só quer aquela bunda. E não pode ser outra. O cheiro em que vocês deixam o ambiente passa a ser sagrado e, seculares, são todos os outros gostos. Você não agüenta. A teoria nunca mais estará na prática. E isso<br />é uma merda.<br />Os dois continuavam a não falar nada. Um por falta de voz. Ela por não saber qual sorriso me dar para me dar.<br /><br />Eu pensei em abrir o jogo. É. Resolver isso logo, explicar porque eu mudei tanto e porque eu estava com aquele taco na mão. Dizer-lhes que eles morreriam, mas iam morrer sabendo, nada de violência gratuita de filme. Então, comecei: eu já fui contra até a monogamia, base de uma sociedade e<br />- PRA PUTA QUE PARIU<br />Com um pulo, acertei a primeira e foi na cara do indie. A força calculada me permitiu continuar o giro e atingi-la.<br />O olho dela estava aberto. Eu pensei que o meu sempre estivesse. Mas há uma diferença entre estar e deixar cisco cair. Eu não deixava. Ela me deixou. Soquei-os com o taco como se fossem alho em um grande pilão e na cama eram dois em um casal culpado ou qualquer outra alegoria que nos permita mitificar o sexo anal.yurihttp://www.blogger.com/profile/16243187007990252624noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-71610122072068960152009-07-29T23:10:00.004-03:002009-07-29T23:31:57.672-03:00Cabelos lisos com SedaNo banho, o restinho do xampu.<br />No corpo, o restinho da bucha.<br />Na mente, o restinho do dia.<br />Na calma, o restinho da dó.<br /><br />Em casa, o restinho da moça.<br />Na cama, o restinho do gozo.<br />No olho, o restinho do sono.<br />Na veia, o restinho do soro.<br /><br />Pra asma, o restinho do berotec.<br />Pra alma, o restinho do colchão.<br />Pro dedo, o restinho da aliança.<br /><br />Para o fim de noite, a oração:<br />- Que desse moinho eu continue a semear o vento para às pás.<br />Não que desprezasse o amém, mas bem antes em sua mente era a imagem do restinho de ouro no final do arco-íris.yurihttp://www.blogger.com/profile/16243187007990252624noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-16525048537549377842009-07-28T11:31:00.004-03:002009-07-28T11:38:03.002-03:00é tarde<div align="right">"dá me nada e serei teu" </div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify">eu sou a viúva de uma falecido que nunca chegou a ser meu. eu sou uma senhorita reprimida, aquela de choro contido e olho na fresta entreaberta. </div><div align="justify">eu sabia que tinha que ser assim, eu sabia que não tinha contrato. eu não sabia a medida do aperto no peito.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">agora eu sei.</div>pithttp://www.blogger.com/profile/03810168280798171633noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-78265826112237552632009-07-26T22:40:00.001-03:002009-07-26T22:47:40.832-03:00InexorávelUm bar, uma cerveja, cadeiras, mesas. Não é preciso muito para se lotar a alma de um tédio vazio e espumoso. Você senta, mira o copo na boca, e entra aquela moça de calça verde. A cerveja continuaria caindo na língua, não fosse aquela moça de calça verde limão.<br /><br />Juro, o bar inteirinho parou para ver a mulher que espremia a bunda dentro daquela calça. Não era de um verde mais verde, nem a bunda era tão grande assim, mas aquele sistema instável (bunda apertada-calça verde) retirava várias gomas de oxigênio do ar.<br /><br />Cada um ia de rabo de olho criando uma mão imaginária que apertava a bunda verde e a espremia e ela inchava, crescia, cada vez mais e mais. A moça, distraída, tamborilava os dedos no balcão e a bunda ia crescendo, imensa, inegável, esticando o tecido verde da calça.<br /><br />Os garçons não conseguiam mais servir ninguém, a flanela do seu Walderez não limpava nem a garrafa de pinga, nem os copos. Nessa hora, a bunda já estava alcançando as dimensões de uma mesa de sinuca. Na verdade, já estava maior, ia tomando proporções enormes, gigantescas, de calamidade pública!<br /><br />A malícia que inicialmente enchera os olhos das pessoas ia se transformando em pânico, em pavor, em medo, medo daquela bunda verde imensa, colossal, ocupante de todos os cantos do bar e agora da rua, dos postes, das calçadas, dos cachorros, dos outdoors e das moedas dos pedintes. Podia se ouvir o barulho das fibras da calça verde cedendo ao crescimento da bunda!<br /><br />Mas então a moça pagou o maço de cigarro e saiu tão distraída quanto quando chegara. A bunda apertada na calça verde foi esvaindo-se com os passos da moça. Respirava-se. O bar retornava a normalidade, podia-se bebericar a cerveja e rir do bêbado falando: imagina o barulho daquela bunda explodindo...ana ritahttp://www.blogger.com/profile/00751976416647006735noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-73868320146136549792009-07-25T11:14:00.000-03:002012-07-09T17:24:04.591-03:00desequilibradapessoas rezam<br />1,2,3 terços<br />tudo<br />crianças pedalam<br />sem rodinha<br />e eu nem tenho bicicleta.<br /><br /><br /><br />me dá uma mão?pithttp://www.blogger.com/profile/03810168280798171633noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-81839034217160991222009-07-19T15:43:00.003-03:002012-07-09T17:23:44.631-03:00paralelas se cruzam no infinitoeu 'Tô na torcida desorganizada do meu coração. esperando que o meu coração não se repita e não aceite os açoites dos touch computadores dos gucci consumidores. eu Tenho torcido pelo desconforto dos beijos homo.desconfortáveis dos casais amigos e, à tarde, das faculdades e as brigas do ensino com a realidade.<br /><br />quando eu a pedi Me mova desta idéia, apertou-me numa sexta e eu pensei que não adiantou. rosto ao dela e disse Bem isso não muda muitas pois eu já tenho comigo todas as certezas, motivo pelo qual tenho me carmoido pelas beiradas e redondezas deste ser que neste momento exato pede um futuro intacto dos teus beijos mas nem tanto um fim. ao que virando um rato, esqueci dos teus seios. mas nem tanto assim.yurihttp://www.blogger.com/profile/16243187007990252624noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-79211375476022519612009-07-09T00:50:00.003-03:002009-07-09T00:57:34.026-03:00DesanuviarDesanuviei meus pensamentos<br />e finquei os pés na terra.<br />Do infinito estou cheia<br />parece até que tomei dele na tigela<br />e agora está entalado, na minha garganta<br />pronto pra explodir<br />em infinitos de reclamações.<br /><br />Desanuviei meus pensamentos<br />e finquei a minha vida no possível.<br />Porque é de impossível<br />que as pessoas morrem por aí:<br />explodiram em mil pedrinhas<br />que grudaram umas nas outras<br />e fizeram um pedregulho de verdades.Tayhttp://www.blogger.com/profile/05307064883995398632noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-17875859395583894952009-07-07T14:53:00.003-03:002009-07-07T14:58:34.565-03:00nesse momento.não, muito obrigada mas eu não quero que você encoste a porta quando sair e eu não quero carona até lá.<br />mas você me contraria porque, afinal de contas eu pedi que fosse assim. eu não sou de confiança.<br />e mesmo sendo arredia e traiçoeira, eu ainda tenho a piedade.<br />eu deveria agradecer a deus por isso, mas sequer sei rezar.<br />eu só quero o que não é meu.<br />eu só quero, como o calvin, que a injustiça penda pro meu lado de vez em quando.<br /><br />e eu não quero que ter de falar mais nada.pithttp://www.blogger.com/profile/03810168280798171633noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-56325284508897987782009-07-05T22:15:00.003-03:002009-07-07T00:16:13.835-03:00Hermético"Você é tão reservado".<br /><br />A frase veio com tom de reprovação, como que proferida em hora e local indevidos, como que embasada num julgamento, num juízo de valor. Quase equivalente a um "você é tão HERMÉTICO". O sol das 17 horas banhava os degraus de um amarelo aconchegante, cálido, mas que naquele momento destoou completamente e pareceu até repulsivo. Toc toc toc, faziam os tênis e os sapatos de salto. Balbuciei uma explicação que não saiu. Não há por que explicar-se, não há como fazê-lo; simplesmente é e pronto. Não vejo problemas em analisar as linhas da mão, as veias saltadas, as rugas dos outros, os motoristas em outros carros, os pássaros em suas árvores; não vejo problemas em pensar, pensar e pensar imergindo num fluxo tão grande de palavras e coisas que só me resta o silêncio para aquietar tudo isso. Não vejo por que não contemplar os toc-tocs nesses degraus banhados d'ouro, não vejo por que não olhar para trás e pensar "puxa, o sol das 17h é tão bonito", depois virar para frente e pensar que o silêncio é tão cheio de ideias. Que há de errado em ser hermético?, eu sugeriria como resposta.<br /><br />"Você é tão reservado".Flávio Ahttp://www.blogger.com/profile/09722320917997594127noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-18199415388548802292009-06-23T01:36:00.005-03:002009-06-23T01:43:29.480-03:00Niilismo capixabaEu: <br /><br />Gosto dos dias que não ligam a tevê<br />- nem o rádio -<br />tô cansado de ouvir a promoção de uns trocados<br />quem sabe um açaí vá me tirar desse Estado<br />pelo qual eu nada fiz<br />quem sabe sair, sai daqui.<br /><br />Ele, o Estado:<br /><br />Perdi o momento exato<br />o LP do Roberto<br />com as fissuras e vazio<br />Eu sou um Sérgio Sampaio<br />porque morro esquecido.<br /><br />FIM<br /><br />(extra do dvd)<br /><br />Roberto Carlos no Leblon<br />Sérgio Sampaio no Caixão<br /><br />FIMyurihttp://www.blogger.com/profile/16243187007990252624noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-19256957761688281092009-06-12T10:31:00.006-03:002009-06-12T20:02:09.570-03:00Canção n° 12a moça e o moço<br />encheram-se daquele dia,<br />arrancaram as sandálias<br />e pularam juntos do mesmo prédio.<br />o orgasmo ocorreu centímetros antes do chão<br /><br />morreram num espasmo curtíssimoana ritahttp://www.blogger.com/profile/00751976416647006735noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-31117157671065237802009-06-07T22:22:00.003-03:002009-06-13T11:39:07.054-03:00PalmatóriaGalerinha do mal, esse novo ou volta pro oldschool? Tamô aê.<br /><br />Bug fixes:<br /><br />- Sensacional quadradinho de opinião logo abaixo do post<br />- Menu de tags mais organizado<br />- Logo maior<br />- Felicidade e harmonia<br /><br />Conto com vocês na limpeza das tags. Coloquem somente o nome de vocês em cada post e não "delírio mental". Desse modo, clicando em "Sicrano", vamos ter tudo de... ta-dah... Sicrano.yurihttp://www.blogger.com/profile/16243187007990252624noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-2566800379768588942009-05-26T16:51:00.001-03:002009-05-31T18:55:31.413-03:00suspiro, ponto.Eu sinto culpa pelas minhas disfunções sociais, mas ando me resolvendo por assumi-las e pronto. É o que a minha terapeuta espera que eu faça. O que ela não sabe é o tamanho da deformidade debaixo da minha máscara. Ela não sabe que o que vê não é a verdade, é mentira com menos verniz.<br />A verdade nem eu tenho culhões para encarar.<br />Não de cara limpa.<br />Eu sempre venho acompanhada dos meus subterfúgios, das minhas redes intrigantes de conveniência, de superlativos desnecessários.<br />Estou tão acostumada a me esconder fingindo dar a cara a tapa que de vez em quando eu sinto a dor da bofetada.<br />Aí me lembro que não foi nada daquilo, a minha face, de verdade sempre esteve dentro de uma concha que eu faço com as mãos e guardo no fundo de uma gaveta qualquer.<br />Comigo, César nunca recebe o que lhe é cabido.<br />E é uma agonia só.pithttp://www.blogger.com/profile/03810168280798171633noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-88650816904883567022009-05-23T11:14:00.004-03:002009-06-13T11:36:51.871-03:00Cabelos, costas e eu<div><br /></div>Dado momento<br />interrompendo<br />a minha escuridão<br />- era eu com os pingos<br />da chuva na grade de ferro<div>e a luz - </div><div><br /></div><div>que luz?</div><div><br /></div><div>se era você e você </div><div>que vinha pra lembrar</div><div>do meu violão mal tocado</div><div>do meu corpo salgado</div><div><br /></div><div>mas era dessa vez</div><div>pelo menos lembro assim</div><div>que você vinha</div><div>tão mais escura</div><div>quanto eu que tornei-me</div><div>luz - </div><div><br /></div><div>que luz?</div><div><br /></div><div>se tudo era pura pena de</div><div>Deus</div><div>quando rendenção</div><div>era o que eu menos queria</div><div>quando ter iluminação eu só podia</div><div>nos momentos em que você era boa:</div><div>quando dizia não.</div><div><br /></div><div><br /></div>yurihttp://www.blogger.com/profile/16243187007990252624noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-66530359806535834472009-05-10T21:09:00.007-03:002009-06-06T19:10:30.999-03:00Sobre unhas intermitentesestávamos nus<br />eu e ele<br />na grama<br /><br />as formigas<br />contornavam<br />o sorvete<br /><br />a mão dele<br />pesava<br />o ar<br /><br />rarefeito<br />meus pulmões<br />assobiavam<br /><br />o vento forte<br />coloria<br />os sexos<br /><br />suávamos nus<br />um ramo<br />coçava<br /><br />a alma<br />queria fugir<br /><br />e eu hesitei.<br /><br />nunca mais<br />vi o céu<br />abrindo<br /><span style="color:#ffffff;">.</span><br /><span style="color:#ffffff;">.</span><br /><span style="color:#ffffff;">.</span><br /><span style="color:#ffffff;">.</span>ana ritahttp://www.blogger.com/profile/00751976416647006735noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5067621710065172868.post-81325559337978059122009-05-01T22:53:00.003-03:002009-06-13T11:35:47.642-03:00AngústiaTem hora que olho pra vida e a acho tão minúscula perto do tamanho do mundo, do número de cidades, cores, sabores e estradas que eu ainda pretendo ver.Anonymousnoreply@blogger.com0