quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Post 60 - Arquivo

- Como se guia o noroeste?
- afim de quê?
- Hum, talvez, sudeste?
- não sei. deve ser pelo sol.
- E de noite?
- também.. deve ser pelo sol.
- Ué, mas não. A razão de noite é loucura. Clara só pra pensar. Eu, sempre à noite,
penso em diar.
- eu penso, eu penso, penso em tudo à noite. talvez sejam sonos as estrelas.
- E a escuridão?
- a escuridão é algum vão à espera de destino, compaixão, sei lá.
- Penso em cair do chão. Cairia eu nas estrelas?
- talvez. será que soariam onomatopéias suaves?
- Sei, acredito que sim. Dissonantes só quando estivesse nublado.
- é verdade.
- Ou sol menor, talvez. Se calhar do dia ainda estiver vivendo, pequenino.
- muito que bem.


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Tateia.
Tateia.
Tateia.
{ e era só parede }
- tateia, anda.
- o que me vale?
- tateia, oras, não será tempo de questionar.
{ e houve tempos, que foram anos. houve anos convertidos em crer. }
{ passaram-se dois segundos do dia anterior para este que vos dá a luz do sol}
- houve o quê?
- não ouço nada.
- pasme, não perguntei isso.
- sh, aquiete-se. olhe o futuro vindo.
- ainda estou cega. como é?
- não sei.
- como não sabe? vês, não o vê?
- sim. pois que ainda não pude vivê-lo.
- e o que acontece agora?
- não finque no chão os pés. por favor. anda-te.
- pra chegar lá?
- não, para aqui não ficar ao sempre.

Para Marianna e Taynah, respectivamente.

2 comentários:

Tay disse...

e você continua acertando.
sempre.
gosto disso =p


ps:sempre há tempo no agora.

Anônimo disse...

Um tesão seu texto, todos aliás. Lindo, lírico, leve, inteligente. Obrigada pela dedicatória. +X