sexta-feira, 9 de maio de 2008

rockabilly no coreto ou a história incompleta da serpente.

Essa é a história da serpente
que desceu o morro
para procurar
um pedaço do seu rabo


No meio do caminho eu sonhei que explodia em mil pedaços de carne e âmago. Depois a minha mão tentava, em vão, reordenar os pedaços flutuantes. Mas o que estava feito estava feito. Nessa crise dos vinte anos eu aprendi. Quando os pedaços descobrem o voar, nunca mais que voltam à seguridade. Não naquela tradição cabeçaombrojoelhoepé.
Eu sonhei que a cuca tentava manter organizadas as partes soltas, mas vinha o coração dançando rockabilly no coreto.
Eu sonhei que o despertador sempre vinha amanhecer o dia a despeito da gente.

Mesmo que fosse o áuge
Mesmo que não
Por qualquer átimo que fosse, vinha ele e

6 comentários:

Flávio A disse...

e...?
suspeeeeeeeeeeeeense!

Anônimo disse...

estou com sensação de falta. era a intenção? então tá bom.

Dayane Carmona Poeta disse...

também me falta pedaços..

beijos :*

L. L. disse...

Não havia parado pra pensar, mas é verdade. Depois que os pedaços descobrem o voar, não voltam mais pro lugar de antes (não que seja o lugar certo, mas, a incerteza gera a angústia). E o despertador...é, ele não perdoa, a despeito de qualquer coisa.

Tay disse...

"ei, vc aí!
é um pedaço do meu rabão!"

quero voltar a ser criança.
mas esse despertador me lembra toda manhã de devo estar mais distante disso.

ana rita disse...

Lembrei de uns textos passados sobre assentar pedaços. Muito mais deliciosa que antes está a sua escrita ao som de um rockabilly cool intimista.

O suspense são os pedaços suspensos
(ok, trocadilho desnecessário)