Quando não dorme ganha uma olheiras enormes e os olhos dele ficam iguais aos do Vinícius de Moraes. As pupilas faltam saltar indescentes, querendo recitar o soneto do caju. Ele sempre finge que não entende, mergulha umas lentes armadas na cara e dá tapinhas na mesa.
Quantos fios enrolados, quantas conversas miúdas, quantas pedras chutadas pela metáfora. O amor permanece enquanto a cerveja está gelada. À essa altura não há mais rabiscos nos guarnapos sobre os olhos dele.
Dizem que para chorar é preciso guardar poças d'água. Ninguém tem culpa de ter a alma furada. Ele não liga e sai sem bater a porta. Vai ser mastigado pelas atrizes da esquina enquanto engoma o argumento.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
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4 comentários:
poético, metafórico, difícil. e você sempre inventa de pôr um caju no meio!
odeio a mesma.
eu sei que caju é esse, dona rita!
gregoriano, não?
Pessoalmente, acho que um bom início não é no primeiro parágrafo e sim no título. Não há razão nenhuma para eu não gostar disso aqui.
caju não é melhor que manga, mas vale pelo Gregório.
Flávio, o que você quis dizer com difícil?
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