É, primeiro, fome que dá.
Transfiguro-me toda, ilusão da forma, ânsia. Aí vira FAÍSCASSANGUÍNEA, ímpeto.
Confusa sensação de coisas: de dentro e de tanto.
Engulo áspera a eterna sede.
Depois ilusão maior: de sentido.
É preciso ser só. É exato.
É preciso aprender.
Apreender: saber olhar-se por dentro, com fome. Olha o que tem e consome.Consome até cada quase virar brasa, até respirar no susto de sentir-se: ARDER.
É a eterna fome.
Tudo dentro vira brasa, revira as veias, queima e dói. E todo prazer intenso toca a dor e em mim há sempre prazer intenso.
É preciso saber só. O que se espera?
Devasta o perto enquanto CHAMA (em chamas) o que vê de longe.
Consome o dentro e arde. Arde na brevidade do intenso e na intenção impetuosa.
É preciso ser tanto.
E então é sono, transfiguro-me novamente: situação de plasma numa reta forte e curta. Caneta com força no papel até sair faísca.
Olho-me de novo o dentro, com fome. Consumo-me em efemérides.
Acabo só e CINZA.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
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2 comentários:
Que texto lindo (e intenso). É daqueles que te acordam na hora. Me identifiquei bastante; bom quando isso acontece, né?
isso de faísca e cinza é um encanto, mas tenho a impressão de que faltou alguma coisa, quando descobrir eu falo.
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