Astácia é de uma família igual a sua, com as mesmas manias de domingo e aquele cafezinho depois do almoço. Mas, Astácia, ela não é igual a você. Ela não senta na ponta da mesa para contar potoca e asneira. Astácia, na mais da verdade, gosta mesmo é de café frio.
Para com essa besteira, onde já se viu, café frio... Aí ela foi se encolhendo, deixando a fumaça do bule lhe perpassar os botões da blusa.
Só que Astácia de tanto suar a espinha um dia estalou e sentou na ponta da mesa. A visita na sala e ela folheando a gaveta de panos de prato. Você viu, a alface tá um absurdo na feira...
Astácia adorava as rendinhas com patinhos desenhados, a cerquinha, um lago de linha azul desfiada, um mundo que não era o dela e que nem era.
Aí a visita saía, ela pegava a xícara e no canto da despensa, onde a vassora pendia atrás da porta, Astácia extraí as últimas gotas do café mais frio. A felicidade caí fresquinha da porcelana.
Astácia amava, mas só quando a visita não demorava de café secar na xícara.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
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3 comentários:
vim aqui pra dizer a ana que acordei pensando na cantiga das horas vagas dela. q nem qdo vc acorda pensando numa música? não deixa de ser uma música.
'as lavadeiras da minha rua não rimavam quando faziam amor'
hein, anita, que ótimo te revisitar. te vejo reclamando e querendo um cigarro. saudadona.
Leitura pouca de tamanho e tanta de fundura.
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