O céu laranja
O chão róseo
Gotas de orvalho pregadas no vidro
Arames de bicicletas estalando fino
Folhas raspandos secas a calçada
A funcionária conferiu:
Brasília não abrira o elevador pela manhã.
Suícidio planejado (ou a modernidade de cara rachada)
Na segunda-feira,
pontualmente no momento de pico do trânsito,
Brasília escalou um arranha-céu
(que nem arranhava tanto assim, mas culpa do Niemeyer, não minha)
Escalou e entrou na sala pela janela.
"Como assim?" "Você vai acabar com o sistema de ar condicionado"
Mas Brasília é inquieta, senhores!
E de braços abertos esperou a eletricidade acabar,
E pulou no vão do elevador,
E voou sorridente.
Até rachar vermelha no chão de concreto.
Quanta poeira!
"Como assim?" "Você vai acabar com o sistema de ar condicionado"
Mas Brasília é inquieta, senhores!
E de braços abertos esperou a eletricidade acabar,
E pulou no vão do elevador,
E voou sorridente.
Até rachar vermelha no chão de concreto.
Quanta poeira!
4 comentários:
sutil e perturbador. adorei.
o primeiro ficou até bom.
gosto quando você escreve sem doce, rita.
não entendo a publicação de dois títulos de uma só vez.
talvez a poeira vermelha do ar tenha me atrapalhado um pouco.
culpe a niemeyer, não a mim.
Publiquei dois juntos porque tavam engavetados e na hora da limpeza veio com clipes e tudo mais...
ps: obrigada pela sutileza dona Pit
Postar um comentário