segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Royal Digressão

{por telefone}
- Prima, o novo do Radiohead sairá daqui a três meses.
- Ah, faço questão de mandá-lo pra você.
- Oba! Você os conhece?
- Não, nem tenho idéia de quem são. Mas do jeito que os tablóides falam desse tal de Yorke, ele deve ser o homem da minha vida.
- Não diga isso, prima. Não vou querer ter primos - de terceiro grau - caolhos, deprimidos, nanicos, chorões e falando, às vezes, filosofias vãs sobre o futuro.
- Então o pau dele é colossal!
- Não creio. Pelas reclamações chorumentas, deve ser pequeno. Perceba: o Akon reclama da vida, prima?
Ela ria.


Ah, sei, você também acha "Ok Computer" um dos maiores discos de rock. Ah, sei também, você adora a poesia tecno-marginal de Thom Yorke. Pois saiba: "In Rainbows", anunciado novo trabalho do Radiohead, possivelmente, revolucionará. Simples: você vai ao site e diz quanto vale o disco. Isso mesmo. Quase um "quanto vale o show, Lombardi?". Quer pagar 10 dólares? 5? 6? 1,25? Pois pague e pegue. Ou pesque. Ok, não é difícil imaginar arquivos fresquinhos - por P2P - circulando no mesmo dia em que começar a venda online (dia 10 de outubro começará a distribuição dos arquivos a quem pagou). Mas porque Diabos eu falei em revolução? Ora, o Radiohead é uma das maiores bandas do mundo. E, com o fim de seu contrato com a multinacional EMI, eles possuem passe-livre. Seu novo cd, sairá somente daqui a três meses, independente. 40 libras (150 reais), o preço sugerido. 40!? Assalto!? Não! Leia: o cd virá com um vinil, com encarte, arte e letra de músicas. Isso! Um vinil. E, não duvide: "In Rainbows" será mais um rh's a entrar na lista de multiplatinados. Mesmo com toda a querida empolgação Yorkiana. Mesmo com toda essa vontade de mudar as coisas. Agora sim, a causa e o efeito virá de cima da pirâmide fornográfica. A estratégia do Radiohead de se desamarrar das gravadoras pode demarcar uma nova era no modo de se negociar música pop, e para uma indústria que já perdeu a batalha do MP3, a derrota digital no modo de se negociar canções pode significar o fim da guerra – e de um abusivo controle sobre a obra artística musical de décadas e décadas.

3 comentários:

L. L. disse...

primeiro, eles revolucionam a música, depois, a maneira como divulgá-la.
e, devo dizer, às vezes penso que só thom yorke me entende. haha.

ps: essa do "pau colossal" foi ótima. ri demais. haha.

ana rita disse...

Muito divertido mesmo o di�logo com o pau colossal e tudo mais. O texto debaixo me pareceu um tanto confuso, especialmente quando voc� come�a a falar da quest�o do pre�o e da revolu�o. Bem, o texto � seu e voc� enfia (com todo respeito) na forma que quiser, mas para mim, faltou par�grafo. De resto gostei do assunto e voc� soube selecionar as informa�es essenciais sem ser repetitivo, grande m�rito!

pit disse...

"todo mundo tem pau grande
e é maior do que o meu
do que o seu
do que o do pedro sá"