sexta-feira, 21 de março de 2008

Feriado

Patéticos, reúnem-se
“Então, onde vamos almoçar?”
“Que tal um restaurante?”

Apertadamente, enfiam-se no carro
Sentam-se à mesa os cinco estranhos
Fingindo que não são estranhos
O pai, logo, começa a reclamar:
“Essas janelas estão sujas. A lata de azeite, furaram do lado errado.
Olha, vou te dizer: comigo não era assim. Porque, quando eu tinha restaurante...”
“Dá pra parar de reclamar um pouco? Foi você quem escolheu o lugar.”
“Eu não escolhi nada!”
Recomeça o jogo de agressões
(a mãe ganhou novamente. Afinal, é ela quem paga a conta.)
“Ei, menina, chega de batata frita! Você já está muito gorda.”

Voltam pra casa, todos frustrados
Não sei por que ainda insistem nisso

E, depois, ainda vêm me dizer
Que esse papo de materialismo histórico é uma furada
Marx, estou com você
As condições materiais podem constituir família

6 comentários:

L. L. disse...

Gente, esse "por que" do 15º verso tá certo? sempre fico na dúvida. Bom feriado a todos!

I.P. Araújo disse...

Tá certo, sim. ._.
Uau. Não conhecia esse blog! Mto legal... Sorte a minha que minha família não é assim. =]

Flávio A disse...

Tá certo, sim. ._. [2]

achei muito engraçado o começo "vamos almoçar, que tal um restaurante?" hahahauhuaha, isso foi irônico, né?

Anônimo disse...

Eu não sei o porque por que porquê pq , mas parece que já vivi cenas como essa.

Morganna disse...

resquícios de finais de ano. =)

ana rita disse...

gostei bastante do desfecho, mas eu senti falta de mais vivacidade no di�logo, faltou aquele "tcham" talvez o choro da menina gorda ou alguma frase mais forte da m�e, n�o sei.

porques s�o um problem�o nessa vida, vou seguir a opini�o dos univers�t�rios, acho que t� certo