sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Ternura

Aprendera ouvindo a mãe. Amor era como chamava o pai. O amor saia cedo para o trabalho, batia o ponto no banco, aparecia no almoço e depois só lá pelas cinco. O amor carregava papéis e digitava milhões de dados no computador. O amor sabia pescar no fim de semana. E com amor não tinha essa de menino birrento.

De manhã, a menina acordava no chororo pedindo colo da mãe. Só que no fim do dia era o amor quem ela queria ver entrando pela porta. Dava para ouvir longe a garotinha avisando. 'Mãe, o amor chegou. Mãe, abre a porta para o amor, mãe'

Não sei se era impressão minha, mas naquelas horas da tarde ouvia sair da casa da menina um poeminha frouxo correndo pelas ruas, como se quisesse alcançar o pôr do sol.

6 comentários:

ana rita disse...

Tô cá incubando(palavra feia essa) um bocado de idéias de férias. Algumas eram só hits de inverno e já escaparam da mala.

Tem outras que borbulham e já explodo com elas por aqui.

Taí um iniciozinho depois da sumida da civilização.

Flávio A disse...

os dois primeiros parágrafos são tão, tão bons. realmente vcs me intimidam a escrever u.u

Morganna disse...

que lindo, menina Ana Rita!
fofura, tua escrita.

L. L. disse...

mais doce do que de costume, não? e muito lindo.

ana rita disse...

Lara, ficou mais doce, mas ficou melequento?

L. L. disse...

sou suspeita pra falar, pois gosto de coisas melequentas. mas, acho que não chega a isso não, tá bem suave...mas, gente, arte não é ciência exata não ;p