sábado, 20 de dezembro de 2008

a máscara de ferro

Você não sabe quem eu sou.
Você nunca me viu virar lobisomem. Nunca reparou no lobo debaixo da minha pele. Você não sabe o quão rarefeito pode ser o meu sangue. Você não seca o suor de quando eu acordo em prantos. Você não tem medo de mim. Você não notou quando eu fiquei pra trás do rebanho. Você não me vê odiar os reflexos, não me vê escutar por trás das portas, respirando por entre as frestas.
Você nem vai reparar no dia em que o meu grande ato chegar.
Portanto e por tudo, não me venha falar das morais dessas histórias, que, perto de mim, não passam de piadas vãs. Tente-se por no seu lugar e pense duzentas vezes antes de acreditar que pode sair por aí vestindo a minha máscara cordial. Pra entrar no meu disfarce é preciso saber uma senha que ninguém sabe.

2 comentários:

ana rita disse...

rasgante e lindo!

Anônimo disse...

Wou! Muito bacana esse blog.
Adorei!


Beijos!*