quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Para falar na chuva.

o que o homem do tempo falou não tem como desdizer. agora é tarde e não há retorno, o mundo vai ter de desabar na testa de alguém.
Se for em você,
não afoba.
é como o velho diz. acalma ou afoga.


deixa a tempestade passar por você deixa cada gota uma por uma te enxaguar até derreter vai em frente enquanto as gotas fazem escorrer
gotas de chuva e você em gotas

do rosto real para qualquer poça que não há
vão você e a água liqüidando-se



contas raras no esgoto comum

isso não vai destruir o miolo de você

só a casca.
mas
passa

passa, passa sim. o mundo é que não haveria de se romper por causa da sua testa que nem é tão grande assim



e depois da maior tempestade de que se teve notícia,
o que será de nós?


montar os ídolos e construir os heróis.é preciso voltar a viver.

5 comentários:

pit disse...

tem dúvidas e pelo menos um trecho que eu não superto nesse texto, mas precisava desintalar.

sinceras desculpas,

ana rita disse...

nem venha com desculpas, oras.

O texto tem uma musicalidade legal, usou bem as rimas (coisa que eu nem sei fazer), fugindo do som mais óbvio. Só acho que tem muitas vezes a palavra gota de um tanto desnecessário. Só achei que o texto tinha mais cara de chuva forte de terça-feira, mas não de tempestade.
Ainda estou refletindo sobre o final

Flávio A disse...

não se culpe, desintalar (?) é o que há de melhor e deve ser incentivado.

mas, hein, vc tem umas rimas tão boas! dei risadas aqui.

pit disse...

é isso mesmo, rita.
desse verso eu não gostei, também acho que não funcionou, mas não sabia bem o que fazer com esse espaço.

yuri disse...

Essas palavras, humm, essas palavras, cara, é tudo sexo demais.