ao homem mais lento da Asa Norte,
A cidade baila leve quando tem manga madura
Eu sento nas entrequadras e fico vendo o mundo passar
Um menino devagarinho sobe a rua por puro fetiche
E eu cultivando minhas idéias no gramado cheio de casca de manga
As crianças estão jogando com garrafas e cabos de vassoura
Uma senhora carrega uma sacola pesada de alfaces
Com os dedos sujos de amarelo eu faço uma boca sorrindo na face
Naquela tarde lenta, o mundo parece estocar fruta madura
Eu chupando manga, roendo caroço e cuspindo fiapo
Antes do entardecer, o céu invade o vão dos prédios da entrequadra
O céu oco, seco, intrometido e azul vai ruindo as colunas dos prédios
Fazendo desmoronar sobre mim todas as linhas de Niemeyer.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
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6 comentários:
Com os dedos sujos de amarelo eu faço uma boca sorrindo na face
esse foi o melhor verso!!!
e quem seria o homem mais lento da asa norte? suspeeeeito.
fica aí a vaga para quem quiser concorrer a homem mais lento da asa norte. o poema vai para quem tentar o desafio.
adoro promoções.
ana rita escapando pelos flancos, saindo pela tangente, dando um perdido.
bom texto.
Niemeyer não desaba suas linhas sobre qualquer um, afinal de contas.
gostei das linhas de Niemeyer desmoronando. o texto parece que tem um tom nostálgico, tranqüilo...lembranças de infância ou algo assim?
Brasília é assim meio maquete habitada e se a gente não encher de lembranças fica um saco.
Quase Caminhão do Faustão esse poema, só que em vez de caldo Knor é asa norte
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